Plano de Mobilidade dá vez aos pedestres e transporte coletivo

A participação dos moradores de Diadema ao Plano de Mobilidade Urbana da cidade está reforçando o diagnóstico da equipe técnica da Secretaria de Transportes da necessidade de intervenções para a melhoria na circulação dos pedestres e dos usuários de bicicleta e para tornar o transporte coletivo mais eficiente. Esses temas estão presentes nas propostas e sugestões já encaminhadas ao portal participa.diadema.sp.gov.br/mobilidade, que pedem mais ônibus nas linhas, instalação de ciclofaixas e de corredores, e a livre circulação nas calçadas hoje tomadas pelos carros e pelo comércio.
A disputa pelo espaço das calçadas se acentuou com o aumento do número de pedestres migrados do transporte coletivo, consequência do desemprego e da perda de renda.
“Nós temos um percentual de mobilidade a pé, de pessoas caminhando em Diadema, altíssimo, quase 40% do conjunto viário”, comentou o secretário de Transportes, José Evaldo, explicando que essa nova realidade deve ser considerada no planejamento urbano do setor. Uma das propostas é a ampliação do espaço para mobilidade a pé e para a caminhada, com áreas restritas aos pedestres. “Teremos de ter calçadões, e mais áreas de lazer e de circulação a pé”. Ele lembrou que uma das últimas intervenções feitas no centro – a destruição do calçadão existente em frente às lojas, para fazer estacionamento – reduziu a circulação no comércio e foi na contramão da visão mais moderna de mobilidade de incluir um enfoque humanista em suas ações e intervenções.
Também está na pauta da secretaria a requalificação das calçadas com intervenções que promovam melhor acessibilidade aos pedestres. Uma alternativa encontrada foi a implantação das faixas verdes nas vias como uma extensão das calçadas, e que estão sendo finalizadas na av. Tietê, no Taboão. Se a novidade for aprovada pela população, as faixas verdes serão implantadas em outras vias.
O diagnóstico da equipe técnica também aponta para a construção de ciclovias e ciclofaixas. Para Suzana Leite Nogueira, diretora de Transportes, a mobilidade a pé e por bicicleta terão prioridade no viário estrutural, que são as vias de maior conexão que fazem a integração da cidade. “É preciso criar condições de fato acessíveis para os usuários de bicicleta e principalmente para os pedestres, que acabam sendo os maiores prejudicados com calçadas estreitas e sem condições”.
A melhoria do transporte coletivo, segundo a diretora, depende de várias ações, entre elas intervenções viárias para a criação de corredores exclusivos e preferenciais aos ônibus. “Também temos o projeto da integração gratuita em terminais e estações de transferência, que promovem acesso aos bairros sem pagamento do diferencial de tarifa”, explicou.