Diadema encerra SMAM com debate sobre papel do profissional de saúde na proteção do aleitamento materno

Para esclarecer como os profissionais de saúde atuam nesses primeiros momentos da dupla mãe-bebê, a enfermeira Celina Valderez Feijó Köhler ministrou, nesta sexta-feira (06/08), a palestra "O papel do profissional de Saúde no apoio ao Aleitamento Materno", que encerrou as atividades da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) 2021 do 7º Agosto Dourado de Diadema.

O encontro virtual abordou as habilidades da equipe de saúde para desenvolver a confiança da mãe nela mesma e ajudá-la a decidir o que é melhor para ela e para o bebê. "Desenvolvendo essa confiança, o profissional ajuda mãe a ter sucesso na amamentação e a resistir a pressões de outras pessoas. A proteção é uma responsabilidade compartilhada, isso significa que não exclui ninguém", ressaltou.

Experiência- Quando o pequeno Davi chegou em junho de 2021, sua mãe estava preparada para oferecer o melhor alimento para ele.

"Assim que terminou o parto, ele veio para meu colo e, já na sala de pós-operatório, mamou. Quando voltei para a casa, tive um pouco de dificuldade, mas acertei a pega, não tive mais fissura e ficou natural", lembra Elisangela Aguiar. Para ela, abordar a amamentação antes do nascimento do bebê faz diferença. "Falta o obstetra falar sobre essa questão no pré-natal, conversar sobre como proceder, a posição da pega. Penso que as mulheres querem amamentar, mas tem dificuldade, dor. Se as mães fossem melhor instruídas talvez tivessem mais chances de fazer o fazer o aleitamento", ressaltou.

Para Celina Valderez, é preciso ter conhecimento científico e traduzir esse conhecimento de fora simples, oferecendo informação que é útil naquele momento em que a mãe precisa de ajuda. "O aconselhamento é entender como as pessoas se sentem para ajudar a decidir o que fazer, é um aprendizado para a vida. Para um bom aconselhamento é preciso desenvolver habilidades de comunicação que incluem elogiar os aspectos positivos da mãe, informar e sugerir. Já o profissional que não tem contato direto com a mãe ou o bebê pode rever suas informações sobre amamentação e transmitir em suas famílias e grupos sociais. No momento em que todo falarem de amamentação, essa cultura da amamentação venha a crescer", explicou.

Carinho- "Sempre quis ter esse momento e me preparei, com alimentação, bastante hidratação, sem fumar, sem beber, para ter um leite saudável. Eu gosto muito da troca de olhares durante a amamentação. Ele olha como se estivesse agradecendo, dizendo 'eu te amo'. Fico feliz, é uma conexão. É um momento único", relata a terapeuta Lilia Reis é mãe de Akanny, de quatro meses.

"Hoje é super tranquilo, sinto prazer em saber que estou suprindo o alimento dele. É muito importante amamentar pelo vínculo, que eu já percebo no olhar, no jeito que pega na minha roupa na hora de mamar. E é mais que isso, é proteção, alimento de qualidade com todos os nutrientes que ele precisa, sem contar a questão financeira. Eu só vejo benefícios. Por mais que seja difícil, com informação dos profissionais e apoio, vai passar", enfatiza Elisangela.

De acordo com dados da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network), a amamentação é capaz de reduzir até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos e, a cada ano que a mulher amamenta, o risco de desenvolver câncer de mama reduz em 6%. Além disso, Crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, diarreias, doenças respiratórias e otites, menores chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2; assim como possuem melhor desempenho em testes de inteligência e se transformam em adultos mais saudáveis e produtivos.

Pandemia pelo novo coronavírus- Mesmo durante a pandemia de covid, a mãe pode continuar amamentando. Quando a mulher está com covid-19 transmite anticorpos para o bebê durante a amamentação e se já está vacinada possui ainda mais anticorpos. Ela pode amamentar ou, se não se sentir confortável, ordenhar o leite e outra pessoa pode oferecer o alimento para o bebê no copo. Elisangela teve covid-19 em 2020 e engravidou algumas semanas depois. "Tomei a primeira dose na gravidez e a segunda no puerpério. Então, a chance do meu filho ter essa proteção é maior. Dá um alívio", garante.

SMAM- O tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) deste ano foi "Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos", com o objetivo de estimular a participação de cada um na rede de apoio da mãe. Para isso, a Prefeitura de Diadema disponibilizou, entre 3 e 6 de agosto, encontros virtuais com especialista para debater temas como Desafios do Manejo do Aleitamento Materno na Atenção Básica, Retorno ao Trabalho e Amamentação e Motivos para Proteção ao Aleitamento Materno.