Consórcio ABC inicia formação de multiplicadores para serviço de combate à violência contra a mulher
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC iniciou, nesta quarta-feira (4/8), a formação de facilitadores para o Serviço regional de educação e responsabilização para homens autores de violência contra mulheres do Grande ABC (SerH Grande ABC).
A abertura do curso, promovido pela Escola de Governo e Desenvolvimento Regional do Consórcio ABC, contou com uma aula magna ministrada pelo psicólogo e sociólogo Flávio Urra.
O público-alvo da formação são homens servidores públicos das sete cidades, que serão capacitados como multiplicadores e facilitadores do SerH Grande ABC. O objetivo é ampliar o alcance do serviço, contribuindo com as políticas públicas regionais de enfrentamento às violências contra mulheres.
Coordenador do programa "E Agora, José?, que reeduca homens autores de violência doméstica em Santo André, Urra afirmou que a possibilidade de promover um serviço do gênero em âmbito regional, por meio do Consórcio ABC, é a concretização de um antigo projeto.
"Nosso sonho sempre foi esse serviço se tornar uma política pública. Realizá-lo dentro do Consórcio ABC é melhor ainda, pois a gestão continuada da entidade possibilita a manutenção dos projetos além das gestões municipais, como é o caso do Programa Casa Abrigo", disse.
O psicólogo e sociólogo explicou que a ideia da formação é possibilitar que cada um dos homens das sete cidades capacitados atue em escolas, unidades de saúde e centros de referência, contribuindo principalmente para a prevenção da violência contra a mulher.
O encontro teve a participação de Maurício de Oliveira Filho, coordenador do Grupo Temático Gênero e Masculinidades do Consórcio ABC, e Maria Aparecida da Silva, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Gênero e presidente do Conselho Gestor da Casa Abrigo.
Oliveira destacou que o programa tem como foco não apenas a responsabilização pelo processo de violência, mas também a multiplicação do conhecimento. "O SerH é um serviço pensado para atender as sete cidades, conduzido por homens e voltado para homens", afirmou.
Para Maria Aparecida, a iniciativa é mais uma ferramenta para a descontinuar a prática da violência contra a mulher. "Seguimos avançando nas políticas públicas na nossa região. Além do Programa Casa Abrigo, que realiza a proteção da mulher, o SerH vai responsabilizar e educar os homens", disse.
A Casa Abrigo Regional, mantida pelo Consórcio ABC, já protegeu mais de 1.200 mulheres das sete cidades da região desde sua criação. O serviço regional visa garantir segurança e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, sob risco iminente de morte. Filhos e filhas das mulheres com menos de 18 anos também podem ser amparados pela iniciativa.
Segundo levantamento feito pelo programa, somente 12% das mulheres atendidas pela Casa Abrigo Regional Grande ABC retornam ao mesmo convívio do agressor, o que mostra a efetividade da ação na restruturação social da mulher.
O SerH Grande ABC, programa pioneiro no país, foi idealizado para desconstruir a cultura de violência contra às mulheres naqueles que foram condenados pela Justiça a cumprirem pena com base na lei 11.340/2006, popularmente conhecida Lei Maria da Penha, e trabalhar ações preventivas