Poesia em Trânsito leva alento e cultura a diversas comunidades de Diadema

Qual é o papel da arte e da cultura em tempos de aumento da miséria e do desemprego? A resposta, ainda mais agora em que a pandemia do coronavírus custa a oferecer uma trégua, tende a ser sempre a mesma: levar conforto e esperança aos que mais precisam.
Este, aliás, é o combustível que fará circular por Diadema, a partir desta quinta-feira (10), o projeto Poesia em Trânsito. Trata-se, em suma, de um carro de som adaptado para percorrer, nos meses de junho e julho, as ruas de diversas comunidades da cidade ecoando não só poesia, como também contação de histórias, informações de utilidade pública, histórias dos bairros diademenses entre outras produções.
O trajeto será feito sempre às quintas (das 15h30 às 17h30) e sextas (das 11h às 13h), em dias alternados, tendo como itinerário os espaços CEUs das Artes, Serraria, Praça da Moça e no Terminal Piraporinha.
Antes de dar a partida, foi preciso contar também com o apoio de outro passageiro: o Sesc São Caetano, que cedeu o caminhão da biblioteca volante, conhecido como BiblioSesc. Depois, veio a seleção dos artistas, o traçar do itinerário e pronto. A mágica estava feita.
"'A arte existe porque a vida não basta', dizia Ferreira Gullar. E nesse momento tão preocupante em que se aproxima a 3ª onda da Covid-19, a poesia é mais que necessária: ela é também uma medida sanitária, já que a arte dá novas perspectivas e equilibra nossa saúde mental", defende Tio Santos, Coordenador de Difusão da Secretaria de Cultura.
Os programas, previamente gravados, terão no máximo 30 minutos e foram produzidos exclusivamente com obras de escritores e escritoras das cidades do ABCD e da região do bairro paulistano Heliópolis - o que faz do projeto também uma vitrine para o trabalho de artistas periféricos. "Esse projeto pretende trazer alguns momentos de beleza e subjetividade para nosso cotidiano, busca apaziguar nossos medos e inseguranças neste momento tão difícil", completa Santos.
Vale ressaltar ainda que todos os participantes receberam um cachê, como forma de auxiliar financeiramente os profissionais de cultura da região, uma das categorias mais atingidas pela pandemia do coronavírus.