Conheça histórias de servidores que ajudaram e ajudam a construir Diadema

Nesta sexta-feira se comemora o Dia do Servidor e a Secretaria de Comunicação de Diadema conta a história de três funcionários públicos que dedicam suas vidas a ajudar a construir uma cidade melhor, com zelo e atendimento de qualidade ao cidadão. Confira abaixo as histórias de quem, há muito tempo, é exemplo de dedicação na Prefeitura de Diadema.

Quatro décadas de dedicação ao funcionalismo público- Com passagens pelas Secretarias de Educação e Assistência Social, Ana Maria Moretto ingressou na administração municipal em 1978 ainda não pensa em parar

O ano era 1978. Ana Maria Moretto tinha vindo recentemente de Catanduva, no Interior de São Paulo, em busca de melhores condições de vida. Ela se inscreveu para uma vaga de agente de cozinha (à época, merendeira) na Prefeitura de Diadema. O início de uma jornada que dura até hoje.

Foram cerca de 25 anos na Secretaria de Educação, até que ela passou a atuar na Secretaria de Assistência Social, como recepcionista na Gestão de Cadastros dos Programas Sociais, onde está até hoje, 43 anos depois. "É um trabalho difícil, mas gratificante", afirmou.

Foi morando em Diadema e já trabalhando na Prefeitura que Ana Maria fez o magistério. "Cheguei a dar aulas por cerca de cinco anos para as turmas do Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos)", relembrou. Atualmente, as aulas para esse público ocorrem no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). "Foi na Prefeitura que eu conquistei tudo o que tenho. Se tivesse ficado no interior não teria estudado, nem trabalhado", declarou Ana Maria.

A servidora, que já presenciou 11 gestões diferentes, afirmou que o servidor público precisa saber separar o seu trabalho das mudanças políticas. "Continuar atendendo a população. É um trabalho difícil, atender o público é sempre desafiador, mas é muito gratificante", relatou. Atuando em áreas onde lidou e lida com muitas pessoas em situação de vulnerabilidade, Ana Maria se sente de alguma forma fazendo parte da vida dos munícipes. "Esses dias mesmo, vieram aqui umas pessoas que eu conheci ainda criança e elas me reconheceram."

Para quem está ingressando hoje no serviço público, Ana Maria recomenda paciência. "Que seja muito paciente e realmente um profissional", destacou. Aos 71 anos, a servidora ainda não sabe quando vai parar de trabalhar. "Pensava em parar este ano, mas também disse isso ano passado. Então vou ficando, porque eu gosto de estar aqui, de lidar com o público", concluiu.

Ernesto corre para salvar vidas- Em 23 anos de serviço público, o condutor do SAMU acompanhou salvamentos, carregou vidas e reúne histórias que o emocionam até hoje

Quando Ernesto Francisco da Silva entrou para o quadro de funcionários da Prefeitura de Diadema, em 1987, como pintor de letreiros, não imaginava a responsabilidade de um servidor público no atendimento à população. Com a intenção de aperfeiçoar a arte do desenho, ele permaneceu por 11 anos na Administração e saiu para trabalhar na iniciativa privada.

Em 2010, prestou concurso para condutor de ambulância no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e foi aprovado. "Conheci um colega que trabalhava com ambulância e era o meu sonho trabalhar com ambulância. Ele me indicou e comecei a trabalhar em São Bernardo do Campo. Passei no concurso em 2010 e entrei no SAMU em 2011", lembra.

"Antigamente, a imagem do servidor público era um pouco negativa, mas só quem é servidor sabe que é completamente diferente: a gente trabalha e rala muito", afirma. Entre as características principais para ser um bom servidor, Ernesto enumera a dedicação e gostar do que faz. "Aqui no SAMU eu amo o que faço. Sou responsável e dedicado. Agora a responsabilidade é outra. Eu transporto vidas", reforça.

Em 23 anos de Prefeitura, além de acompanhar salvamentos, carregar vidas e ver de perto sua brevidade, o condutor do SAMU reúne histórias que emocionam e trazem à tona a sensibilidade do ser humano, mesmo em um serviço tão técnico.

"Teve uma situação que marcou meu trabalho. Atendi uma ocorrência de um rapaz de 46 anos que teve um infarto. Foi feito o máximo, mas infelizmente ele veio a óbito. Ele deixou duas filhas, uma de 10 e outra de 8 anos. A esposa chegou ao ouvido dele, já morto, e agradeceu por tudo o que tinha feito pela família. Eu só não chorei porque saí do local. Quando acabou o plantão e eu fui para casa, não agüentei nem contar para minha esposa, eu chorei. Isso me marcou muito", conta.

Essas e outras histórias que necessitam da agilidade do motorista pelas ruas de Diadema permeiam seu dia-a-dia. "Isso me faz ter orgulho de ser servidor e, principalmente, servidor do SAMU", garante. Ernesto é um dos 130 socorristas do SAMU do município.

Empatia pelo próximo norteou o trabalho na rede municipal de saúde- Em 27 anos de serviço público, a servidora acompanhou mudanças como informatização da rede municipal e implantação do Quarteirão da Saúde

Na década de 1990, ser aprovada em uma Administração Pública significava ter um futuro promissor. Entretanto, quando a agente administrativo II Sebastiana Fátima de Oliveira, mais conhecida como Fátima, foi concursada na Prefeitura de Diadema, em abril de 1995, não pensou que teria uma longa carreira de servidora.

"Na época, achei que não ia conseguir ficar muito tempo, porque eu não gostava muito da área da saúde. Mas depois que entrei, fui pegando tanto amor pelo serviço, fui me apaixonando e estou até hoje", relembra.

Fátima iniciou a carreira como recepcionista (agente administrativo I) no Hospital Municipal de Diadema (HMD), quando os serviços ainda não eram informatizados. "Comecei preenchendo ficha de entrada dos pacientes. Eu tinha pavor de sangue e fui trabalhar na recepção do Pronto Socorro adulto.

Quando chegava algum acidentado sozinho, trazido pelo resgate, eu tinha que entrar na emergência e procurar algum documento para fazer a ficha. Passei mal algumas vezes, mas tinha apoio das colegas que trabalhavam comigo, aprendi muito com a Délia e a Marta Menezes", agradece. "Eu era bem quieta, tímida, não tinha muita confiança em mim. A partir do momento que fui trabalhando e vendo que eu era capaz, fui ganhando autoconfiança. Nossa, eu cresci muito como pessoa", avalia.

Com o decorrer dos anos, ela prestou um novo concurso na Prefeitura e trocou de cargo, em 2007, na função de agente administrativo II, foi transferida para Ambulatório de Especialidades Quarteirão da Saúde pouco antes da inauguração do serviço, em 2008, e acompanhou a informatização de toda a rede de saúde. Hoje, ela responde pela infraestrutura do Quarteirão. "Tiveram grandes mudanças nesse período. Eu sempre procurarei pegar o que teve de bom em cada mudança para ir melhorando o serviço. Nosso foco é o melhor para o paciente".

Para a servidora, a satisfação pelo trabalho exercido faz parte do perfil de trabalhadora do SUS. "O servidor público tem que gostar do que ele faz e amar ao próximo. Ele tem que saber que aquela pessoa que vem ali (no serviço de saúde) está necessitada, carente, às vezes, de até uma palavra. Você tem que tratar bem, ter muita empatia com o seu próximo e se colocar no lugar dele".

Em 27 anos de trabalho na Prefeitura de Diadema, a moradora de Santo André aprendeu a gostar do município que a acolheu. "Eu não moro aqui, mas amo Diadema como se fosse minha cidade porque passo a maior parte do tempo aqui. Eu tenho orgulho de ser servidora pública e procuro me melhorar sempre porque a população merece o melhor de cada um de nós", finaliza Fátima.